sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SE LEMBRARES

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Se ao raiar do dia eu estiver em teu pensamento lembra,
cá do outro lado estou em ti a pensar

Se aquela praia por acaso em tua memória vislumbrares
vê, na areia ainda estão lado a lado nossas pegadas

Chegando a tarde com sua brisa macia lembra,
como me deixaste permaneço sempre a te amar

E. se em algum momento uma teimosa lágrima dos teus olhos cair
lembra, é a minha que daqui choro por ti

Se ao anoitecer, de mim sentires saudades
lembra, cá ao longe continuo a te esperar

Enfim quando achares que de tudo só restam Lembranças,
escuta a minha voz gravada a dizer-te:
jamais te esquecerei!

Salvador, pra sempre...


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SE ANJA EU FOSSE

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Se asas de anjo eu tivesse
voaria até as estrelas
traria um pouco dos seus brilhos
iria buscar-te onde estivesses,
Cobrir-te-ia todinho de luz
e de novo te faria sorrir.
Se anja eu fosse
tiraria da tua vida todas as tristezas
sem deixar que elas adubassem as laranjeiras
e do doce do favo todinho te cobriria,
escutarias da vida de novo
a sua bela sinfonia.

Salvador, em tempo...







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SE A VIDA...

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Se a vida ainda, um dia me proporcionar;
o teu aconchego, o toque dos teus lábios nos meus,
o enlaçamento dos teus abraços
em todo este corpo meu, sempre a espera,
a graça de sentir o gosto doce da cana na tua boca
eu direi... posso morrer feliz!

Se a vida ainda me proporcionar;
ver o teu olhar no meu olhar sentindo a força
deste amor acumulado pelo tempo e pelo espaço,
ouvir o som da tua respiração ofegante no meu ouvido a dizer
“te amo!" eu torno a dizer...
posso morrer nesse mesmo instante!

Se, no entanto a vida me permitir contigo ficar;
e numa sinfonia cósmica me soprar
que de mãos unidas remaremos no mesmo barco,
num estar juntos dividindo emoções,
contigo ficarei até a eternidade e num novo tempo
te juro, viveremos!

Salvador, em tempo...


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MUITAS SAUDADES

*Aurea Abensur*
(Orinho)

momentos bordados
num acervo de retalhos
uma história contada
em pequenos papeis escritos
mãos trêmulas
hoje contando os pontos
em mais uma laçada da agulha
uma trilha sonora
uma cor escolhida
amores tramados
sorrisos nevados
casa cheia e vazia
transcendental vida

Salvador, saudades...



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OBRIGADA OUTRA VEZ

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Minh'alma profundamente
Sedenta de alegria
Agradece o presente.
Interiormente
Misturo-me às flores que me destes
Botões colhidos sei que amorosamente.
O seu néctar, que em mim está a penetrar
Deixa-me como adolescente a perambular
Por esse universo imenso
Com planetas e estrelas a me esbarrar
Mas... no universo da mente
Esse lugar tão diferente
Há tanta fantasia a pairar
Ainda assim...
Estarei a te esperar
Envolvida pela certeza enfim
De que este meu infinito amor
Haverá de brilhar

Salvador, sendo...



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OBRIGADA

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Meu colo
ficou bem com as flores
Mas temo que tenham medo
que tudo seja nada
e que nada seja nada
Mas sei que vejo o nada claro
No meu coração
ah...são tantas as estrelas
que o céu parece profano
Aqui, no meu reduto não há torres
são as árvores
que acolhem os pássaros e seus ninhos
Seus frutos, são melhores
que o alabastro das esculturas
Mas, quem crê em mim quando conto?
Ah, os que me entendem
os que trazem o coração
como tocha iluminada

Salvador,eu sempre....



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SAUDADES

*Aurea Abensur*
(Orinho)

De repente comecei a sentir doer algo em meu peito.
Era a saudade...
do que já passou?
do que já vivi?
mergulhei profundamente nas minhas lembranças
tão cheias de romance.
Ah!
foram tantos ideais...
foram tantos anseios...
foram tantas esperanças...
em minha alma criança...
com o coração aberto...
e um sorriso farto...
numa busca incessante pela tão almejada felicidade.
Porque justo hoje resolvi revolver lembranças?
Não sei!
Só sei que por sorte ou por herança a poesia me acompanha
a largos passos pela vida afora.
Devo a ela saber o que é resguardar
os aromas mais perfumados dos momentos,
as lágrimas mais doces das vivências,
os milagres das emoções vividas,
a doce saudade de um grande amor,
o sabor de horas milagrosamente sentidas,
pela atuação da primavera
sobre mim,
que continua a embalar as minhas saudades como milagres do tempo.
Saudade tem mãos, cheiro, pele, gosto...
E quando chega...é sentir...
... Em um resquício de vida,em sensações, no amor, na continuidade.
Saudade...só carrega no peito quem se permitiu viver
.
Salvador, um tempo...



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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

COMO FOLHA

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Solta como folha
na curva das matas
assim estou a esperar
Vim correndo
furando as imensas portas
das escuras madrugadas
fugindo do frio
sem chorar,
vim leve
louca pra te encontrar

Salvador, em tempo...



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terça-feira, 19 de outubro de 2010

ALGUEM x NINGUEM

*Aurea Abensur*
(Orinho)


Amar alguém...
De qualquer jeito,sem temer a dor.
Pois sem amar, a vida perde o sabor.
Se é ninguém!
Sofrer...
Por acreditar que amar é a grande razão,
Do viver de um coração.
Pensar... pra que?
Se basta se deixar levar,amar, ser feliz,
enquanto o amor durar!

Salvador, no tempo...



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ALEGRIA DA NOITE

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Quando adormeço
Sinto uma alegria certa
Pois sei que nos encontraremos
Não tão indefesos nem incertos
Como quando acordados estamos

Quando adormeço
Teu olhar me alcança por certo
Me envolvendo com o azul do céu
Enfeitando-me com as luzes das estrelas
Fazendo-me sentir o quanto de mim estás perto

Quando adormeço
Teus braços me enlaçam com paixão
Tua boca me beija com amor
Deixando-me marcas indeléveis
Que sabemos serem sinais da nossa eterna ligação


Salvador, no tempo...



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A NOITE

*Aurea Abensur*
(Orinho)

O nascer da noite,
trazendo luzes e sombras,
fazem meu coração fortemente pulsar.
Abrem-se as portas do tempo
e o vento como que canta
e me encanta com seu leve soprar.
Ouço na lembrança tua voz e cerro os olhos,
vejo ao longe teu semblante a me mostrar
com veracidade no olhar,
que ainda podemos amar.
Enlevo-me à tua presença,
aos teus abraços e sinto o poder te ver, te tocar.
Só à noite meu amor,
tem o poder de apaziguar minh'alma.
Quando ela vem, sinto que somos
o que queremos ser, apenas nós!

Salvador, indo...



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domingo, 17 de outubro de 2010

AMOR

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Quando o amor chega
não pede licença
nem pergunta se pode.
Simplesmente

no coração se instala
dele faz sua morada
e traça sua caminhada

Salvador, para sempre...
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ADEUS não, ATÉ BREVE

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Voltei pra casa
com os sentidos lacerados
uma loba desabada
um corpo em pedaços
A alma não servia mais de apoio
estava em frangalhos
Sem parar dos meus olhos
caia o sumo da saudade
Na cama despencada
como um molambo me agasalhei
e por horas intermináveis
eu só chorei
Quis tanto te poupar
Agora que aconteceu
meu coração dói
quis sucumbir
Fica em paz
Logo mais contigo noutro espaço
meu carinho hei de repartir

Salvador, indo...


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À TUA MARGEM

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Meus pés sozinhos
sempre me levam ao mar
atravesso por caminhos de flores
campânulas, adenomas,
abelhas, carros, pássaros e pessoas.
No meu intimo apenas reina uma vontade:
Ver o mar, sempre a se movimentar.
À tua margem sempre que puder vou caminhar
ouvindo o teu surdo envolver.
Gosto de sentir teus mistérios,
tua intensa vida perceber.
Ao teu lado morre em mim
toda a dor de qualquer saudade.
Só contigo creias,
as lágrimas consigo conter
porque me ensinas a compreender

Salvador, em tempo...



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domingo, 10 de outubro de 2010

A CHUVA

*Aurea Abensur*
(Orinho)

A chuva quando cai
me deixa a pensar...
Carrega-me para um tempo embaçado,
cinza, opaco, triste.
A chuva como a vida,
é passageira.
Momentaneamente nubla o céu,
fecha o tempo,
tapa a luz.
Assim como em etapas da vida...
Ela escurece o céu...
Mas...
molha a terra,
lava a poeira das folhas,
renova tudo com suas lágrimas
devolvendo a vontade de viver,
às plantas, às serras, a mim.
Algumas lágrimas de chuva no solo,
a terra verdeja outra vez.
No céu,o arco-íris aparece para iluminar.
Escuras nuvens começam a branquear.
A vida a se alegrar.
Quando ela passa,
envia num pedaço de vento,
a volta do azul,
novos caminhos e,
o sopro de felicidade começa de novo
a pairar no ar

Salvador, em tempo...


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GUERREIRA

*Aurea Abensur*
( Orinho )

ao sabor do vento
sigo em frente
ríspida, mas com atitude
sem mantos aguento meu frio

passagens construídas
estórias semelhantes
com ou sem vitórias
no mundo sigo em círculos

em meio a tantas ruínas
sou acima de tudo guerreira
sigo de pé, reconduzindo,reconstruindo
sendo ainda um pouco matreira

Salvador, sem desistir...



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