domingo, 4 de outubro de 2009

MEU MUNDO INTERIOR

*Aurea Abensur*
(Orinho)

São tantos os meus poemas
amarrados com fitinhas
em pastas, caixas, gavetas
todos parte de mim
que até já perdi a conta

Escritos alegres
alguns franzidos de dor
e há os que hoje me espantam
por serem nuvens cálidas de perfumes
refletindo da vida tanto frescor

Vendo-os assim
tão diversos e multiplicados
por ai voando como eu, indefesos
penso... serão eles que um dia
não calarão e sim falarão por mim

Salvador, indo...
..
NOITE

*Aurea Abensur*
(Orinho)

A noite,
traz sempre consigo
luzes e sombras,
mas... fazem meu coração pulsar.
Abrem-se as portas do tempo
e o vento como que canta
e me encanta com seu leve soprar.
Ouço na lembrança tua voz
e fecho os olhos,
vendo a tua imagem a me mostrar
com veracidade no olhar,
que para sempre nos iremos amar.
Enlevo-me à tua presença,
em teus braços e sinto
o poder de ver-te, de te tocar.
Assim é a noite ...
ela tem o poder de minh'alma acalentar.
Quando ela vem, sinto que sou
o que quero ser e apenas estar!

Salvador, ontem...
..
FICO PENSANDO

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Fico pensando nas razões que levam
as pessoas a se afastarem de nós,
quando menos esperamos ...

Fico pensando nessa ânsia de liberdade
que acaba por escravizar aqueles
que se submetem a uma vida sem laços,
sem elos, sem compartilhar, ou pior,
uma vida lotada de vazios ...

Fico pensando naqueles que se afastam,
temendo a proximidade,
desconhecendo que o fundo da alma não tem fundo e,
assim sendo ... ,
por mais que nos aproximemos,
sempre nos restará um infinito
sem respostas,
pronto para surpreender-nos a qualquer instante,
basta que deixemos ...

Fico pensando nas possibilidades que não nos damos,
na continuidade que rompemos,
nas desculpas que arranjamos para parar,
dizendo que é chegada a hora da reciclagem ...

Ah, amigos !!
Acho que é por isso que o coração do homem
é um aro de cristal todo partido pelo abandono dos outros !

Pregamos que a união faz a força,
mas soltamos as amarras,
ficamos à deriva, e acusamos os outros,
dizendo que nos abandonaram ...
Fico pensando,
apenas pensando.

Salvador, indo ainda...


AMANHECEU

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Nos primeiros acordes da manhã,
reconheci,
quando a iris se abriu,
"NO MEU MAR"
as janelas da alma.
Guardo meus olhos,
na busca do que mais
meu coração procura.
guardo meus olhos
nos olhos de quem amo
e não vejo...
Mas...
para consolar-me, olho o céu,
acompanho as nuvens em movimento,
o vento, acariciando as folhas das arvores,
os passaros voando,em rota que só eles sabem,
O por do sol, a lua e as estrelas,
e com passos lentos,
como quem não quer chegar,
aceito o destino de Prometeu...
Peço apenas à brisa que feche meus olhos,
para que eu não veja,
o meu peito dilacerado...

Salvador, indo...
..

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

AO SABOR DO VENTO

*Aurea Abensur*
(Orinho)
Quem dera,
me deixar levar ao vento...
como quando a velejar
num barco em alto mar.
Quem dera,
poder viver sentindo ao sabor do vento
como é bom não medrar ao sentir
que o passado enfim está partindo.
Quem sabe,
agora voltar a sorrir,
cantar com o som do vento,
como ao ouvir uma canção e...
dançar sem porvir.
Salvador, no tempo...


terça-feira, 18 de agosto de 2009


NAVEGAR
*Aurea Abensur*
(Orinho)

Preciso navegar...
pelo silêncio das intenções
entrando no mistério das emoções.
Pelo solfejo das canções
que arde dentro do afogar de um coração.
Pela luz que brilha na prata dos cordões
como a brancura dos teus cabelos de algodão.

Preciso navegar...
por mares bem transparentes
sem sentimentos pungentes
por caminhos não reticentes
com portos seguros
sem partidas doentes
por um amor por ti ainda tão latente
Salvador, outubro triste...



SOU

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Sou como terra fértil
a espera de sementes
Como a chuva
a alimentar fontes
Colina
sentindo a vibração do vento
Uma pedra
que não consegue ferir
Um redemoinho com a alma eternamente em movimento
Sou como o amanhecer sorrateiro
querendo sempre alegrar as flores
Talvez uma escada suspensa
pra te levar até as nuvens
O crepúsculo da tarde
anunciando as estrelas da noite
Sou simplesmente uma alma
comum, poeta, semeando amores

Salvador, no tempo...




sexta-feira, 22 de maio de 2009

HOJE...

*Aurea Abensur*
Orinho

Não procuro alguém.
Olhei-me na verdade,
na Luz,
na espiral da eternidade...
E, como a Lua que me reconhece como guardiã sua...
Enchi-me numa fase de branca saudade.

Não, não procuro mais alguém...
Sou unidade,
não metade.
E ele, se tem a memória completa de mim...
ele virá, sim!


Salvador, um janeiro...


...

domingo, 3 de maio de 2009

TARDE
*Aurea Abensur*
(Orinho)


Na estrada da volta,
A tarde mostrou-me de relance
Que ainda há muita vida no ar!
Nas nuvens emolduradas,
Nas poeiras dos desenhos, no céu,
Numa mistura maravilhosa de cores
Dessas que só a natureza sabe mostrar.
Já no cair dela... da tardinha
Entre o sol e o azul marinho
Sentindo o cheiro dos galhos secos
Da mata ao longe mas perto,
Ouvi a esperança a gritar...
Que eu não devo prender a música,
Esta que há dentro de mim.
O cantarolar do meu olhar,
O sorriso no meu rosto, preciso recobrar,
A minha voz, devo recuperar,
A dança da cura em minhas mãos,
de novo reencontrar.
Tudo que sublimei em mim,
vou desencantar
Devo continuar inteira,
Para poder esperar.
Salvador, no tempo...
...

A CHUVA



*Aurea Abensur*

(Orinho)


A chuva quando cai
me deixa a pensar...
Carrega-me para um tempo embaçado,
cinza, opaco, triste.
A chuva como a vida,
é passageira.
Momentaneamente nubla o céu,
fecha o tempo,
tapa a luz.
Assim como em etapas da vida...
Ela escurece o céu...
Mas...
molha a terra,
lava a poeira das folhas,
renova tudo com suas lágrimas
devolvendo a vontade de viver,
às plantas, às serras, a mim.
Algumas lágrimas de chuva no solo,
a terra verdeja outra vez.
No céu,o arco-íris aparece para iluminar.
Escuras nuvens começam a branquear.
A vida a se alegrar.
Quando ela passa,
envia num pedaço de vento,
a volta do azul,
novos caminhos e,
o sopro de felicidade começa de novo
a pairar no ar


Salvador, em tempo...





...


DANÇA COMIGO
*Aurea Abensur*
(Orinho)


Minha alma clama por ti
Quero dançar mais uma vez
Sentir-me de novo em teus braços
Flutuando outra vez
Como pluma ao vento
Mergulhada com ternura em ti
Dançando e amando ao mesmo tempo
Vem, dança comigo!


Salvador, ah tempo...





..

terça-feira, 21 de abril de 2009


COMO SABER?
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Como sabero que é certo ou errado
sem ver da medalha
o verso e o reverso?
O que parece perfeito
pode não ser o ideal
Sem as circunstâncias perceber
todo e qualquer julgamento é precipitado
Ver os frutos
não significa as raízes conhecer
Neste mundo físico
não há sabedoria perfeita
Só conhecendo nossas limitações
descobriremos o caminho
Portanto, quando a ventania passar
quero estar firme
O transitório não há de me abalar
O vento não irá me consumir
O tempo este, não vai me afetar
E...quando tudo passar
todas as perguntas
e todas as respostas
só no meu coração
haverei de encontrar


Salvador, no tempo...
..

COMO FOLHA
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Solta como folha
na curva das matas
assim estou a esperar
Vim correndo
furando as imensas portas
das escuras madrugadas
fugindo do frio
sem chorar, vim leve
louca pra te encontrar
Salvador, no tempo...
..

ESTRADA
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Voltar a ver teu rosto,
ter em mim teu corpo!
Andar, trilhar, encontrar,
continuar a buscar
e...
me permitir ainda
poder um dia te amar!
Nessa estrada, a escada.
Na subida a ascensão,
em busca do teu coração!
Adorar-te, amar-te, querer-te,
pois a muito descobri,
que não dá pra viver sem ti.
E desse desejo ardente,
que nasce e renasce a cada instante,
vem-me na lembrança,
teu beijo doce e quente,
tua voz forte, teu olhar diferente,
que me cativou eternamente.
E...
no final dessa estrada,
estarei por ti esperando,
para continuar te amando!Ai então...
partiremos em busca do tudo ou nada,
contanto que estejamos
eu e tu nessa estrada.
Salvador, esperando...


..




AH... MAR!
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Ah... meu mar amado
olho o tempo e penso...
o tempo rege tudo
até os passos que quero dar

O tempo que me recordo
é ao mesmo tempo
como o tempo de aguardar
tudo aquilo que não se guarda
Quero me agarrar no tempo
e aprender o tempo de esperar
que o próprio tempo me traga
tudo que o tempo tem pra me dar
Salvador, no tempo...


..

AH, QUEM DERA!
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Voar no sopro de um pé de vento
Pelos ares me lançaria
Ao vislumbrar-te
Por qualquer fresta eu entraria
Invisível e calada eu ficaria
Mas ao teu corpo eu colaria
Sentirias apenas meu cheiro no ar
Amorosamente, lentamente em ti
Eu iria querer me amornar
Como conheço tua alma
Nela eu conseguiria me aconchegar
Um beijo doce na tua boca eu daria
Sentirias toda a minha magia no ar
Com ardor em todo o teu ser me sentirias
Não resistirias e...
Ao meu amor enfim te renderias
Salvador, em tempo...


..

A PRIMAVERA

*Aurea Abensur*
(Orinho)
Rosas, Cravos e Dálias
Chegando aos montões
Lá do outro lado do oceano
Em sentimentos...
Os crisântemos
Vão enrolando o branco
Como chuva fina
Molhando sutilmente
Todos os nossos véus
Refrescando a energia
Vívidas das emoções
Chegam abrindo passagem,
Trazendo-nos lembranças!

Salvador, aqui outono...

..

PASSAGEM
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Meu jasmineiro como nunca dantes,floriu.
As frutas todas, amadureceram.
Os trevos com seu verde meu templo coloriu
Ao longo de intermináveis dias dei-te
A seiva mais fecunda dos meus sonhos.
Rodeei minha vida com ilusões.
E de repente um chuvisco trouxe consigo uma tempestade
A terra inundada, segredos pariu.
O verão terminou.
De repente, a paixão desabou
Lentamente agora, avanço para curar-me
Quero das minhas próprias lágrimas beber
Sentir no seu sal o sabor doce da vida
E ainda desta fruta doce e madura chamada vida
Quem sabe? poder ainda absorver
Salvador, indo...


..
MEUS ESCRITOS

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Há tanto e há tão pouco
dito nos meus escritos
Intensas travessiasalegres, mortas, vivas e doídas
anunciando começos e recomeçoso
apagar de um novo despertar
que sempre me ajudaram
a recriar uma simples poesia
Mansamente na mente crio-os
e humildemente os copio
Ao meu redor
sempre estão anjos
todos com luzes acesas
a me acompanhar
pra que eu seja despertada
e jogue não a ermo mas a ecoar
tudo que em minha alma está a passar
Salvador, a sonhar...


..

quarta-feira, 25 de março de 2009


KALEIDOSCÓPIO

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Continuo por ai sem permitir
que o mau tempo apague dentro de mim
os sonhos coloridos
que teimam em resistir
neste trajeto inacabado
Vou seguindo
tentando conseguir
poder guardar dos dias
não apenas as nódoas
mas principalmente as cores
que resistiram ao meu passado
Sigo tentando absorver da vida
a beleza do seixo, do diamante e do cristal
extraindo de cada um sua mais formosa luz
sem julgar o que se há ido
e sem imaginar que estarei só e no escuro
tendo que usar um circo astral
Salvador, sem tempo...


..

AH...SE EU PUDESSE
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Ah! Se eu pudesse
No tempo reviver...
Faria do meu mundo o teu
E do teu o meu viver
Esconderia a sete chaves o nosso amor
Num cantinho sem pedras
Sem entraves alheios para não nos fazer sofrer
Tudo ao nosso redor seria belo
Só o sopro da felicidade sentiríamos em nossos passos
Sentindo simplesmente a vida por nossos corpos escorrer
Seríamos mágicos, viajantes do mundo
A explorar mares, montanhas e ilusões
Gloriosos, felizes, matreiros
Viveríamos simplesmente sem razões!
Salvador, com saudades...


..
ROMARIA II

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Meu destino,
embora uma romaria
é marcado por anzóis
que me feriram em pescaria

Neste destino ainda me perco
nas folhas secas das largas avenidas
constantemente em obras
de tempestades e calmarias

A música permanece entoando suas notas
para este coração cada vez mais cansado
o que ainda me permite continuar sentindo
a frágil beleza da vida

Minto...

Tenho a ti, meu guia, mentor e anjo amigo
lado a lado, sempre aqui
chorando ou sorrindo como um amparo
passo a passo comigo nesta romaria

Por isso, permaneço neste caminho
buscando ainda apenas
mesmo que em estradas mal assombradas
um atalho ou um novo itinerário

Salvador, indo....


..
PARA TI

*Aurea Abensur*
(Orinho)
Para ti escrevi
Porque por ti não só os sinos dobram
Mas também se desdobra um coração
O meu!

O que senti?
Todas as palavras incontidas
Escondidas e caladas nesta alma
A minha!

Meu amor, puro sentimento
Guardado, reservado e retraído
Revivendo, rebatendo, temendo
É teu!
Salvador, sendo...


..

UM SONHO A MAIS

*Aurea Abensur*
(Orinho)

na imaginação do sonho
ouço vindo dos céus
tua voz a me chamar
tento, vencendo
a sombra dos temporais
próximo a ti chegar
trazes nas mãos a paz do teu carinho
corro pra abraçar teu corpo cansado
que vem tentando me alcançar
nascem dos meus olhos lágrimas de sorrisos
sinto do nosso amar o cheiro doce
a se espalhar no ar
acordo envolvida nesta luz
do teu forte, doce e inesquecível olhar
saboreando em silêncio e ainda nas nuvens
esta delícia do meu utópico sonhar

Salvador, indo...


..

sábado, 14 de março de 2009



INCENSO
*Aurea Abensur*
(Orinho)

A fumaça do incenso
vai invadindo meu quarto,
me envolvendo por inteira.
Com a sua nuvem perfumada
vai limpando, vai levando,
de cada poro do meu corpo,
algumas tristezas, minhas dores,
afastando-as, exorcizando-as.
Neste ritual de tão leves aromas,
sinto-as indo com as pequenas nuvens
saindo pela janela
com a ajuda do vento
no dorso de um lindo cavalo branco
para além de lá
as amargas "incelências"

Salvador, indo...

..


PRA SEMPRE

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Num mar de sonhos
guardei em mim
tudo que vivemos
todo o teu ser

Sigo pela vida
amando-te podes crer
porque não consigo te esquecer?
não sei!

Só sei que continuo te amando.
saiba que pra sempre te espero
podes até nunca mais voltar
mas lembra do quanto te quero

Meu amor por ti,
nunca há de acabar

Salvador, no tempo...
..

domingo, 8 de março de 2009


NO AR II...
*Aurea Abensur*
(Orinho)

No ar...
Cheiro de mar e mato,
Prenuncio de chuva.
No amanhecer...
Um céu nublado,
As aves voando,
Em busca de abrigo.

Direciono meu olhar
Para o mar e,
Sinto saudades.
Foram dias felizes!
Eu e a tu, tu e eu!

Escondi na minha bagagem
Os dias inesquecíveis!
Para guardar ainda...
Na caixa das marcas
Da minha boba alma.

Salvador, indo...


..

FILHA DO VENTO

*Aurea Abensur*
(Orinho)

Sou filha do vento
ele me chama
eu vou
e não erro o caminho

Elevo minhas mãos pro céu
preciso vencer a noite
e vou
devagar, sem ser triste

O dia estava lindo
colorido como meus sonhos
eu vou
preciso estar lá antes
da escuridão e seus pecados
violentarem meu cenário

Sou filha do vento
ele me chama
e vou
aos meus antigos caminhos
Salvador, indo...


..

quinta-feira, 5 de março de 2009


TRAPÉZIO
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Lá de cima, donde sopra o vento
Como se num trapézio fosse
Sentimos o horizonte bem pertinho de nós
Degustei o aroma doce do teu beijo
E em teu cálido corpo me aconcheguei
E como se numa arejada varanda estivéssemos
Embalados apenas por um alegre realejo
Partimos juntos pelo ar pra terra do sempre
Quintal paraíso, lugar sem razão
Apenas descansando de um sonho real
A acalmar o teu e o meu coração
Salvador, pensando...


..

quarta-feira, 4 de março de 2009


MINHAS NUVENS
*Aurea Abensur*
(Orinho)
Na solidão de instantes
olho pra além de lá e penso;
Como ficou tudo coalhado num varal dependurado!
Ainda assim, sento-me naquelas nuvens,
aquelas dos meus utópicos sonhos
e espero, espero até o fim do mundo
Vou migalhando mesmo que às vezes amordaçada,
garimpando das rimas, das esperanças do que virá,
somente e apenas amor...
nem que seja num varal espetado
Vislumbro além, campos de girassóis...
os mesmos...
e vejo-me próxima ao lirismo do teu olhar
que outra vez ainda há
de deslumbrar-me
ao me fascinar


Salvador, em tempo...


..

A BEIRA DO REGATO
*Aurea Abensur*
(Orinho)
A esperança torna verde o meu sonhar
Sendo esta mulher, animal eterno do dilúvio
Aprendi sozinha a me salvar
A vida diz-me, eu digo
Vou sozinha a beira do regato
Ao teu lado paro e fico a pensar...
Vendo essas águas límpidas e claras
De mansinho a escorregar
Ponho-me a te contar
OUVES-ME?
Em ti quero me banhar
Sentir o domínio dos meus sentidos
Ouvir meu destino a gritar
Podendo todas as saudades lavar
Sou esta mulher, amputada, asas roubadas
Mas, ainda querendo estar
E como peixe
Neste amor mais leve nadar
Salvador, no tempo...


..

FINDANDO o VERÃO

*Aurea Abensur*
(Orinho)
O verão está partindo
Com ele segue minha sede do infinito
As águas do mar estão turvas
Remexidas pela impetuosidade das areias
Será que o mar sente?
Será que está com sede do rio?
Mas...
Se o rio é uma manifestação do mar
Para onde irá então minha sede do infinito?
Me farei córrego mesmo pequeno
Correndo estreito e manso
Buscando meu destino
Até encontrar de novo o oceano
Salvador, no tempo...


..

terça-feira, 3 de março de 2009



LÁ NAQUELA PRAIA


*Aurea Abensur*
(Orinho)

No redemoinho do meu pensar
admirando o oculto e distante horizonte
lá te imaginei a me esperar
O lindo azul do céu contemplei
enfeitando com poucas nuvens meu dia
e apenas por teus braços almejei
Sobre meus mágicos pensamentos
voavam lindas gaivotas
nos seus bailados,buscando alimentos
Eu também nos meus devaneios
só a ti como alimento buscava
para preencher meus anseios
No descompasso do meu coração
nesse encontro com o natural da vida
senti uma desvairada emoção
Deixei meu corpo entrar no mar
confiei-lhe em segredo meus sentimentos
e ele me respondeu
para esperar e no tempo confiar
Salvador, no tempo...


..

FOI ASSIM


*Aurea Abensur*

(Orinho)

Eu que na luz vivo
senti de repente
o manto das sombras
penetrando meu coração
rasgando o triste silêncio
na dor da recriminação
Porque minhas palavras
querendo passar o melhor
saem às vezes amassadas?
Fiquei entre a dor e o choro
num anseio, numa infinita espera
na contração forte do retorno
Pelo meu corpo escorriam
insossas, gotas de suor
que mais pareciam
chuva fria que me adoeciam
A tristeza hoje me aduba
ferindo as raízes do meu ser
porque o que mais desejo
é...
ter-te, ver-te e teu presente receber


Salvador, sozinha...


..

SER MULHER


*Aurea Abensur*

(Orinho)


Ó D'us meu Senhor,
quero muito te agradecer
pela oportunidade de nesta
vida ter nascido Mulher!
Não creio ser um ente superior ao Homem,
Não!
Mas sei que vim mulher, muito para dele cuidar!
Talvez até através da minha fragilidade
para torná-lo mais forte!
Ofertando-lhe a minha mão.
Vim Mulher,para poder conceber e a tantos criar!
Isto é Dádiva!
Agradeço-te pela sensibilidade a mim doada,
pelo meu sexto sentido,
por me diferenciares com docilidade,
agradeço-te principalmente por não temer amar!
Posso te dizer Senhor;
não é um caminhar muito fácil!
Mas também te digo,
que mesmo com todas as dores sofridas por ser Mulher
e sei que a maioria delas passa,
considero-as todas sem exceção,
sejam como ou quem forem,
todas, SUBLIMES!
Obrigada por eu ser uma fêmea humana,
meu coração é forte, minha alma é nua,
Sim...
Nua de agressividade.
Não sou imaculada,
ao contrário,
sou bastante manchada pela vida que escolhi,
mas me sinto em comunhão com a imaterialidade.
Por isso ergo meus braços e grito;
Sendo Mulher, me fizestes maga,
me permitistes ser Deusa,
pude acender as chamas da transformação
Como guia, fascinei,
sendo bruxa,enfeiticei,
como MULHER, apenas amei!

Salvador, sempre...


..

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009


QUEM DERA...


*Aurea Abensur*

(Orinho)


quem dera me deixar levar
lentamente ao vento...
como quando a velejar
num barco em alto mar


quem dera poder viver sentindo
ao sabor deste lento vento
como é bom não medrar
ao sentir que a tormenta enfim está partindo


quem sabe agora voltar a sorrir,
cantar com o som deste vento
como ao ouvir uma canção
e... dançar sem porvir.


vem, dá-me tuas mãos
quem sabe juntos
com o soprar dos leves ventos
reavivemos de novo
este amor que criou raízes em nossos corações.


Salvador, indo...


..